MOÇO ARREDIO
Bicho do mato, arredio,
fera, no peito, ferida.
Olhar sofrido, vazio,
na estrada, uma despedida.
Noites, em claro, a espera
de alguém que nunca mais virá.
Se foi junto com a primavera,
quisera saber onde está.
Sente a falta do calor
que tanto lhe aquecia.
Não vê chances de novo amor,
calada está sua poesia.
Tenho pena deste moço,
que de viver se esqueceu.
Se encontra no fundo do poço.
Não minto, este moço sou eu.