O MUNDO SEM HERÓIS
EU CONTO SEU MÔÇO
Agora você me pergunta,
porque sigo este caminho.
Se quiser ouvir, eu conto:
A seca, seu moço, malvada
tirou-me de meu ranchinho.
Lá eu era bem feliz.
Tinha tudo o que queria;
Pasto verde, muito gado,
tinha vida e família.
Agora, perdi tudo
que possuía de bom.
Morreu tudo o que plantei.
Perdi a mulher, minha filha
e também, meu alazão.
Hoje, com o pé na estrada,
sigo triste o meu caminho
recordando o ranchinho
que a seca carregou,
o alazão, minha filhinha,
minha vida, meu amor.
Se quiser, eu conto, seu moço,
como é triste a minha dor.
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