Vivos Cuidando dos Mortos
Vivos, Cuidando de Mortos.
Porque não deixar,
Que os mortos cuidem de seus mortos?
Nada mais existe ali na fria sepultura,
Onde teu ente querido um dia
No abraço da morte tombou sem vida.
Flores? Para que as flores
Para quem hoje é pó da terra,
Para que as flores?
Se em cada túmulo desse mundo hostil,
A morte mostra sua onipresença.
O pranto que horas derrama
Só a morte vê;
E senta-se ali no túmulo ao teu lado,
Como uma ave rapina
Contando teu tempo para buscar-te.
A luz mortiça das velas acesas,
Que não assusta a morte cruel,
E nem clareia o andar dos mortos!
É apenas brilho no véu da noite
Nesse caminho largo e cumprido.
Volte para os vivos
Enquanto vida tens,
Porque a morte
Já está seguindo teus passos;
Deixe que os mortos cuidem dos seus mortos.