Elegia à vida longa mas pequena
Neste momento a morte me faz sábio,
revelando ante à névoa a minha vida.
Agora que esta foi por fim cumprida,
percebo o amigo e o vil adversário.
Minhas escolhas postas sob prova:
sei que os excessos não me foram maus,
mas a prudência, sim, legou-me o caos
e, no pesar amargo, o escárnio à cova.
Aqui, me tenho sóbrio e sempre são;
apenas o reflexo do eu antigo,
que agora aguenta o fardo: o mais doído
ressentimento em ter vivido em vão.