ALGUÉM

Apagou da vida o encanto,
Descompôs o olhar em pranto,

Aliou-se à palavra nada,
Alma desnuda, fragmentada,

Desafinada canção,
Corpo, entrega, escuridão.

No amor...? até que acreditou,
Mas, alguém, a decepcionou,

Brincou com as suas utopias,
Cinzelou, rasurou a sua fotografia,

Ignorou a sensibilidade de mulher,
Fez dela, um objeto qualquer.

Restou a porta fechada, a janela,
Um hoje errante; distante da Cinderela,

Restou a reticente languidez,
E uma mente que lentamente perde a lucidez.