Poeta consumido
Por sua insistência, falarei dos poetas,
Ditarei em letras simples e complexas,
A loucura de se amar, escolhas incertas,
Meu sentimento varão é senão, o amor...
Prateada a sua face imóvel, vagante.
Tão perdido em letras, símbolos...estranho.
Fobia literal, adormecida no papel,
Eis me poeta que principia...a dor.
Tão simples quanto falar do amor,
É eternizar em prosa a sua companheira, dor.
Onde irei me identificar tão lucidamente,
Senão nestas poucas que me brotam,
De minha mente perturbada, abalada,
por amores inconstantes, por ti,
Ser único de minha castidade de sentidos,
Amputado esta meu peito,
Nele o vazio e o eco de soluços infindáveis,
a decepção me caleja, me tortura,
Fazendo-me alma impura e vagante,
Em abismal vale que me pus.
Quem me salvará de mim mesmo,
Poeta que dita os mais profundos medos,
As mais tristes dores, por amores,
Serei o profético poeta do caos.
Se você que me lê, acha tudo vão,
detalhista, desconexo e vazio,
Olha a tua volta, o que vês?
Adentra em ti, o que sentes?!
Quando tiverdes respostas, sorria.
Ou se desespere como eu, poeta.
Serei eu propagador do sentimento,
Ou consumido por ele?!
Findo agora minhas letras tortas,
Pois torturado é meu espírito combalido,
Por amar erradamente e desejar... fatal,
Não me fiz merecedor...senão deste final.