O LAMENTO DO URUTAU
"Eu posso ouvir o canto d'alvorada,
No gorjear dos pássaros perdidos,
Roçando o vento, os plátanos despidos,
Na fria solidão da madrugada.
(...)
E no estuário, em frente ao meujazigo,
O canto do Urutau chora comigo,
Na triste solidão que morre o dia".
(Sérgio M. Carvalho)
D'ave o sôfrego canto,
De espanto,
Adentra a madrugada,
E perturba a minh'alma,
Já sem calma…
E ainda amargurada!
D'urutau, ouço o grito
Tão sofrido!,
Misturado ao som do vento.
Traz uma triste lembrança
Que avança…
Aflige o sentimento…!
O seu lamento é fúnebre,
Muito lúgubre!
Soa em funestas notas
De um infernal desgosto,
Som choroso…
.........................................
O urutau chora, chora…!