Fujo nas fugas

 

Meus dias são tristes

Não suporto meus sentimentos

Que vivem sempre em tormentos

A transformar meus momentos

Em vazios escuros e sem vida.

 

Fujo nas fugas

Escondo na ilusão

Mergulho em mares desconhecidos

Tento me sentir despercebido.

De mim, quero estar escondido.

 

Conto as horas de meus dias

Como se fossem eternas noites

Uma solidão que angustia a alma

Que nada me acalma

Entrego-me ao acaso

Apenas numa somatória

De um tempo

Que não me importa mais

Ser-se-ão longos

Ou logo escurecerão.

Sem mais um amanhecer.

 

Apenas há uma esperança

Que a escuridão

Eliminará a dor

Que queima

Como fogo abrasador.

Que está a arder continuamente

Tirando a seiva

Que dá vida ao viver.  

Ataíde Lemos
Enviado por Ataíde Lemos em 22/06/2007
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