Teus ombros sucumbem à morte

Chega um tempo em que não se acredita mais: em Deus.

Tempo de absoluta depressão.

Tempo em que não existe: meu amor.

Porque o amor se revelou mentira.

E os olhos só choram.

E a mente tece apenas a eterna lágrima.

E o coração esta morto.

Em vão, todos batem à porta: não abrirás.

Ficaste sozinho, a luz apagou-se,

Mas na sombra, tua tristeza resplandece enorme.

És tua certeza, só sabes sofrer.

E nada espera de teus amigos.

Pouco importa venha o suicídio, que é o suicídio?

Teus ombros sucumbem à morte

E ela pesa mais que a vontade dos deuses.

As guerras, as fomes, os homicídios dentro dos edifícios

Provam apenas que a morte prossegue,

E nem todos se libertaram ainda.

Alguns, achando bárbaro o espetáculo,

Preferiam (os tolos) sobreviver.

Chegou o tempo em que não adianta viver.

Chega um tempo em que a morte é uma ordem.

A vida apenas vã mistificação.

(Lunus)

Paxe
Enviado por Paxe em 22/06/2007
Reeditado em 12/11/2010
Código do texto: T536862
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