Teus ombros sucumbem à morte
Chega um tempo em que não se acredita mais: em Deus.
Tempo de absoluta depressão.
Tempo em que não existe: meu amor.
Porque o amor se revelou mentira.
E os olhos só choram.
E a mente tece apenas a eterna lágrima.
E o coração esta morto.
Em vão, todos batem à porta: não abrirás.
Ficaste sozinho, a luz apagou-se,
Mas na sombra, tua tristeza resplandece enorme.
És tua certeza, só sabes sofrer.
E nada espera de teus amigos.
Pouco importa venha o suicídio, que é o suicídio?
Teus ombros sucumbem à morte
E ela pesa mais que a vontade dos deuses.
As guerras, as fomes, os homicídios dentro dos edifícios
Provam apenas que a morte prossegue,
E nem todos se libertaram ainda.
Alguns, achando bárbaro o espetáculo,
Preferiam (os tolos) sobreviver.
Chegou o tempo em que não adianta viver.
Chega um tempo em que a morte é uma ordem.
A vida apenas vã mistificação.
(Lunus)