Pérola que percorre seu triste caminho
Pérola que percorre seu triste caminho,
Olho que ainda brilhando
Esconde a dor, a qual volta
Ao seu berço debaixo do peito.
Espaço se abre
E o carinho transforma
A lágrima no transparente orvalho
De um sorriso de ternura.
Cego o ouvido
Não capta o gesto,
E presa se torna do tolo julgar.
Sombras envolvem seu vã pensamento,
Que dita à língua o que pronunciar.
Cortante e fria a faca lançada,
Ferir quer de novo o que não compreender.
A arma atinge, orvalho congela,
Fala o Eu no profundo dos olhos
O que o amor
Em palavras nunca veste.
Mudo o peito
Assina o carma.
No silêncio o mundo escuta
Palavras que nunca faladas.
Enxergam os olhos o vasto vazio.
Espaço se fecha,
Espaço se abre,
Profundo é o caminho que abre a dor. –
Pérola percorre seu triste caminho.
Nico Brodnitz