CALMARIA
Ser o estranho, o diferente nesse ninho
É como ser ateu na catedral divina
Perdi as contas do quanto chorei sozinho
A solidão é uma ave de rapina...
Saber que estou sozinho é algo que dói tanto
Pra onde olho não vejo ninguém
Queria tanto alguém pra dividir o pranto
No entanto estou só quando eu digo amém.
Sei que gritar não adianta nada
Então eu guardo o mal que ninguém quer ouvir
Meu Deus, por que me abandonastes nessa estrada?
Meu Deus, então por que não me deixas partir?
O universo e os seus bilhões de humanos
Majoritariamente maus (raras são bons)
As coisas acontecem por baixo dos panos
E os meus dias cinzas tem mais de mil tons...
Queria dar um fim a dor que me matava
E à humilhação de ser eu mesmo todo dia
O fim do túnel então de mim se aproximava...
E enfim a morte me encheu de calmaria...