CALMARIA

Ser o estranho, o diferente nesse ninho

É como ser ateu na catedral divina

Perdi as contas do quanto chorei sozinho

A solidão é uma ave de rapina...

Saber que estou sozinho é algo que dói tanto

Pra onde olho não vejo ninguém

Queria tanto alguém pra dividir o pranto

No entanto estou só quando eu digo amém.

Sei que gritar não adianta nada

Então eu guardo o mal que ninguém quer ouvir

Meu Deus, por que me abandonastes nessa estrada?

Meu Deus, então por que não me deixas partir?

O universo e os seus bilhões de humanos

Majoritariamente maus (raras são bons)

As coisas acontecem por baixo dos panos

E os meus dias cinzas tem mais de mil tons...

Queria dar um fim a dor que me matava

E à humilhação de ser eu mesmo todo dia

O fim do túnel então de mim se aproximava...

E enfim a morte me encheu de calmaria...

Weverthon Siqueira
Enviado por Weverthon Siqueira em 01/09/2015
Reeditado em 07/11/2021
Código do texto: T5366903
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