Essas manhãs

Ando sozinha de manhã pela rua.

Observo cada passo apressado,

Cada sorriso amarelado,

Cada olhar que esconde a verdade crua.

Pessoas tristes, sérias, sem emoção,

Muros mal acabados, quebrados e grafitados.

Meios de transportes superlotados.

Crianças e moças jogadas na calçada, sem perdão.

Sinto falta da alegria de cada um,

Responder ao “bom dia” do Seu Joaquim,

Sentir o calor de um abraço e dançar de baixo dos faróis.

O que me resta nessas manhãs sem ânimo nenhum?

E ter que lidar com gente ruim!?

Talvez, me esconder entre meus caracóis.