SOMBRAS DO PASSADO

Dolorosa saudade,
Essa, que se avizinha,
Penetra na intimidade,
Esmaece, desalinha.
Faz de mim, árvore calcinada,
Tronco que se esfarinha,
Se perde no rumor da madrugada.

Estranha saudade,
De quê ou de quem...?

Não sei dizer,
Sei é que vem,
Confunde alma, a mente,
Sombras do passado,
Habitam o tempo presente,
Deixa a noite, mais escura,
E a alma, propensa à loucura.


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OUTRA VEZ

Saudade dói no meu peito,
machuca, cruel, não tem jeito,
sinto que só me espezinha.
Qual fogueira ela me queima,
insiste na sua teima,
pensa ser o seu direito:
tristeza enorme, que é minha. 

De onde, será, ela vem?
Também, eu, não sei de quem. 

Talvez de águas passadas,
de risonhas madrugadas,
onde o amor se fez presente,
palpitante, inda nascente,
com clareza e nitidez.
Agora tudo acabado,
eu deixo a tristeza de lado.

Vivo o amor uma outra vez.

(HLuna)