Sangue e Sal
Sangue e Sal
Sentado sob uma rocha escura
Ao pé da sua última morada
O cântico das aves e sua doçura
O vento forte e suas rajadas
Atento ao crepúsculo acontecer
Pungente dor da suma emoção
A um passo o derradeiro fenecer
Risca alguns versos em contemplação
Mais um passo não cauteloso
Já imerso em seus pensamentos
Caminhando assim impetuoso
Contanto os finais momentos
Mergulha, mergulha com sua vida
Em sua nova casa, junto ao mar
O vento corta... Cantando a partida
Sentindo sua vida o deixar
E nas rochas, sangue e sal
Misturados, unidos e perpetuados
Uma vida simples, sem grande final
Cessa a peça de teatro derrotado
Eduardo Benetti