O VULTO E SEU INSULTO
Quem és tu?
Eu pergunto amiudadamente
Que vaga na noite
Que invade cada sonho
Que não sai da minha mente
Que me visita diariamente
Que me consola simplesmente.
Quem és tu?
E porque esse círculo
Junto ao cicio?
Nas manhãs de chuva
No quarto trancado
No baú lacrado
No caderno fechado
No cofre forte
Na carta selada
Nessa tempestade que nunca passa.
Quem és tu?
Sem rosto
Sem identidade
Sem densidade
Mas com alarde
A exalar saudade
De uma forma ímpar
Quase visceral.
Quem és tu?
Oh, vulto transeunte
Que desperta tudo
Sem materializar-se
E porque esse insulto
A causar tumulto
Quase um curto-circuito
No meu mundo fortuito
De poetização.