CULPA

Culpa pérfida banhando a alma, morada ausente de perfume suave

Onde bálsamo refrescante sequer desliza gota microscópica

Exala um odor tão oxidante de envelhecer os ossos

Cobrindo a pele com uma sujeira entranhada nada fácil de ser retirada

Culpa cheira à morte, aprisiona, cria nós de difícil desate

E num triste abate faz chorar o prisioneiro

No gemido impiedoso da solidão,perdido feito um cão

Em vielas tão sombrias de cor escarlate

Culpa mórbida, infeliz,gigantesca na sua devastação

Sendo anã em sua instalação,forte em sua raiz

Segue em direção aos moribundos, leva-os ao chão

Pranteando até corar as faces sem sã diretriz

Nesse transcorrer do tempo, urubus passeiam por lá

Julgando terem o alimento daqui a alguns minutos

E obscuro, o prisioneiro entrega-se ao seu algoz

Num mar sanguinário de fragilidades doentias!

Patrícia Pinna
Enviado por Patrícia Pinna em 12/08/2015
Reeditado em 12/08/2015
Código do texto: T5344349
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