O Jardim



De repente,
Largou os brinquedos e os enredos,
Abandonou, sem medos,  seu cowboy
Seguindo a estranha moça até o portão.
 
Disseram que eles foram de mãos dadas,
Deixando, no quintal, abandonadas,
A infância, as esperanças, a ilusão.
 
De repente,
O vento trouxe a chuva sobre tudo,
Enferrujou gangorras e balanços,
E apagou os passos pelo chão.
 
Disseram que ele não deixou bilhetes,
Mas a voz de criança, num falsete,
Ecoa, às vezes, entre a solidão.



UMA HOMENAGEM A TODAS AS CRIANÇAS ROUBADAS, DAS QUAIS NINGUÉM NUNCA MAIS TEVE NOTÍCIAS.


 
Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 05/08/2015
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