Se eu soubesse não teria vindo!

Como foi triste a vida e esse vício de conjugar passado me revela coisas das quais não desvencilho-me. Essa vida não foi tão bela, vielas e ruas de pedras, uma tristeza de vida carrega poeta!

Pessoas de convívio curioso, indagam tudo, o que mais me entristece!

A vida que se passou em minha vida, como se mais nada tivesse futuro.

Sonhos de criança, um poeta que ensina a ler e escrever, mas não sabe muito bem diferenciar a diferença que há entre o 'a' e o 'b'.

Essa vida foi cruel, poeta de desejos internos, escondidos em uma alegria única e em uma tristeza eterna. Poeta que sorri entre os dentes e define a vida e o amor como o milagre e o egoísmo.

Poeta de um amor só e paixões bestas, grosseiras e tocas, que apenas serviram para ensinar o caminho de retorno. A vida foi dura pois poeta que não se corrompe não se sente corrompido.

A vida triste de um homem de poucas palavras faladas e um mundo gigantesco e infinito de ideias sobre tudo e sobre si mesmo. A vida foi triste e é passado presente que não deixa de ser passado, afinal, que presente haveria se não fosse o passado?

A vida passou aos meus olhos mas não deixei de sentir tudo que pude e tudo que quis. A diferença entre o 'a' e o 'b' levarei comigo, só não levarei a ideia de que a vida valeu a pena.

Foi boa, mas não o suficiente para que o egoísmo e o milagre se tornassem a definição concreta do 'a' e do 'b'.

Se eu soubesse bem sei que não teria vindo, mas vim e presentemente feliz nas entrelinhas.

Daniel Cezário
Enviado por Daniel Cezário em 31/07/2015
Código do texto: T5329627
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