Um Doce que Amarga um Coração de Homem Feio

Sozinho, empanado ao mau convite de mulheres que o desprezam
Aquecido numa esperança entre mulheres pagas ou paixões vazias
O semblante arrependido, amarga corrosão, impedido desse amôr
Deseja e nada tem, mas carne se lacera e coração tão conformado
E por tudo fez, o instante à sós, no cinema, na vida, nas tentativas
Ninguém lhe ama o suficiente e sempre deseja o beijo que inexiste

Na paixão se perde entre falsas necessidades, num mundo violento
Tenta e não vai, não consegue, não abraça a felicidade de ser riso
A cada canto busca aquela que deseja, e ela não, nunca se revelar
A todas abraça num sorriso, mas jamais amou a verdadeira mulher
E ela te escapa, foge rindo e deboche, e te olha com desprezo feio
Se ao menos seu doce ao coração, apesar da forma ou de seu erro
Pudesse amar uma única vez, mas já conhecera o coração da mãe

E sua, a melhor ou todas, se foi, nunca soubeste fazê-la esperança
A feiúra, o desencanto, desenlace da vida amarga não adoça tudo
Elas voltam e aparecem, algumas que se escondem e nem visitam
Mulheres que amou, fúteis e distantes, não te confortam e judiam
Fica aos anos envelhecendo, desde a adolescência a espera inútil!
Quem desse a você a alegria de ter uma companheira, a delicada?
Ela não vem, não volta, não se condói, fica próxima, nem te quer...

Morre a cada dia na amargura da culpa de ser mais feio rejeitado
E parte de si se conforma na dôr, no sofrer de rosto triste, tédioso
Algumas que te vê não te querem, nem ousam sentar ao seu lado
Ficar e parecer, o grande julgar dessas mulheres seletivas ilusórias
A feliz doçura de um coração partido se amarga no esquecimento!
Pensa que será e portanto não é, jamais sendo e permanece vazio
Sua reles existência se distrai nas ilusões, no trabalho, em amigos

No final lhe resta a solidão mesquinha, as graciosas inverdades sãs
Muito de si é aquele que devia ser e o coração sofre, padece, chora
Ouça na música que não lhe é serenata, nem conforto, nem família
Passe a realidade com a mudança da idade, envelhecer machucado
A cada dia o tecido cardíaco tão mel se derrama num vinagre farto
Esperar e esperar, a mão cansada, o desejo grande, o mau destino
E ser feio tem a vantagem de lhe sofrer e aprender, o belo castiga!
Francisco Carlos Amado e mutante e macho ainda
Enviado por Jurubiara Zeloso Amado em 23/07/2015
Reeditado em 23/07/2015
Código do texto: T5320730
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