Há pouca vida no meu tédio
Há pouca vida no meu tédio
Pouco dia no meu desperdício
Pouca proteína no meu lixo
Pouca realidade na minha frente
E tempo demais
Gente demais
Há pouca arte no meu plástico
Pouco sorriso no meu fingimento
Pouco descanso no meu sono
E cores demais
Brilho demais
Há pouca memória no meu vazio
Pouca velocidade na minha asfixia
Pouco metal nos meus escombros
Pouco mais do que devia
E tanta compaixão
E tantos esconderijos
E tantos espelhos