Há pouca vida no meu tédio

Há pouca vida no meu tédio

Pouco dia no meu desperdício

Pouca proteína no meu lixo

Pouca realidade na minha frente

E tempo demais

Gente demais

Há pouca arte no meu plástico

Pouco sorriso no meu fingimento

Pouco descanso no meu sono

E cores demais

Brilho demais

Há pouca memória no meu vazio

Pouca velocidade na minha asfixia

Pouco metal nos meus escombros

Pouco mais do que devia

E tanta compaixão

E tantos esconderijos

E tantos espelhos

Janos Biro
Enviado por Janos Biro em 22/07/2015
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