MENTIRAS


Algumas mentiras são tão bem contadas,
Tiras amarradas, seladas com sangue...
Personalidades tão fortes, tão críveis,
Horríveis falácias de hordas distantes...

Criados perfis, tão estabelecidos,
Com nomes, famílias, retratos, histórias...
A vida de lutas, tristezas ou glórias
Tão bem inventadas, que fazem sentido!

E os pobres carentes que bebem palavras
Qual fossem licores de sabedoria,
Nem notam que o copo destila mentiras,
Por trás da voz mansa, a demência que ladra!

E então, de repente, uma morte inventada,
Criada na mente, cumprindo um tal pacto...
E vê-se a mentira, homenageada,
E os pobres crentes, curando o impacto...

Mas eis que a rede é de tramas bem finas,
E assim, uma foto aparece na tela...
O ex-morto morrido, assim, ressuscita,
O riso sardônico, a cara lavada!

O filho mostrado na fotografia
Surge de repente num outro contexto:
Por entre crianças desaparecidas,
Na foto postada, na rede da vida!

E eu penso: - Vergonha! Que vida inventada!
Pobre de quem creu, e sentiu, e chorou!
É triste que mais uma vez a mentira
Foi tão aplaudida, tão apreciada!



https://www.facebook.com/criancasdesaparecidascd/photos/a.847607415329927.1073741826.847533472003988/849626678461334/?type=1









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Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 15/07/2015
Reeditado em 15/07/2015
Código do texto: T5312038
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