O peso da vida.

O fardo de acordar e ter que viver mais um dia

O medo de lhe esbarrar e sentir sua pele fria

O silêncio das almas que gritam por perdão

O passado que revela o desejo da escuridão

Meu corpo está pesado, não consigo mais correr

Nem mesmo o meu reflexo se atreve a aparecer

Talvez tenha fugido com vergonha de minhas ações

Ou se escondeu no emaranhado das minhas canções

Triste é olhar no espelho e não se reconhecer

E o que lhe resta é a lembrança de um velho ser

Mate-me por favor, não me deixe viver assim

Busque sua faca mais afiada e me dê um belo fim

Nunca fui de pedir muito, mas esse é o momento

Eu quero lindas flores vermelhas e um cata-vento

As flores ficam a minha direita para o odor se espalhar

E o cata-vento a esquerda para quando o vento chegar

E que o ultimo sopro de vida seja quente e reconfortante

E para aqueles que tem medo, os olhos fecham num instante

Agora, já não tinha um corpo existente

O sorriso era contido, porém contente

Só me restava de um certo modo descansar

Olhar, sentir e entender esse novo lugar

Nesse momento eu me aquieto de verdade

Com o desejo de ver quem sofre ter felicidade.