DO SONHO QUE NÃO SE VIVE
No céu d'estrelas cadentes
cadenciadas em suspiros tantos
procura-se um lugar de descanso
onde se possa repousar o cansaço
que liberta-se no pergaminho.
As horas vão-se passando
n'um ritmo de descaso frenético
que arrasta o que se vive sonhando
e leva a voz de um canto
que canta seu cântico patético.
Vão-se notas de tons adocicadas
nas mãos de tempos senis
que provam os tons do amargor
da dor de não viver o amor
nos jardins com heras adornadas.
As borboletas agora hibernam
em flores que de espera fenecem
não provaram da seiva ofertada
nem do perfume que delas emanam
pois o negrume da noite acontece.
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JP10072015