Tabula Obsidiana

Abafado soluço choroso,

Da terrestre entranha.

Lâmina noturna, estranha,

Erige de meu humor venoso.

Oh, luz que não irradia,

Angústia que me espreita,

Culpa que não dormita.

Voz surda da taquicardia...

Mítica amargura em lastro,

Minhas lágrimas pesam frias

No mar negro destas linhas

Onde o horror tem seu claustro.

Oh, arcano do mordaz.

De escrito invisível a olhos secos,

Ditames de lamúria, desassossegos.

Recital do terror assaz.

Eia, espelho da nefasta sorte,

Me reflete negrume e agrura,

Agonia d'almas que emoldura

A face atemporal da morte.