Dúvida estranha


Assalta-me,então,cruel incerteza,
Repartir,em migalhas,minh’alma ,
Encurtar.da vida, a linha na palma...
Um outono,vazio tempo da tristeza.


Pudera,rebelar ,assim,a meu jeito!
Dominado, ante cruel desassombro,
Tão somente,resta dar milho aos pombos,
Mundo,torpe mundo,deveras,imperfeito!

Se a mão oculta do acaso,me indicasse,
Ainda que,sangrante, fosse, um caminho,
Meu berço final,tosco ninho de passarinho...
Alegrar-me-ia se ,do mundo, mal findasse.

Ah!Quão insana, figura de minh’alma!
És,pois, inocente criança adormecida,
No peito,exangue,um coração sem vida,
Ânsia contida de quimera,silente,calma...

Â