A minha doce Coruja
A minha doce Coruja
Saudosa sábia nocturna…
Preciso ouvir o teu canto,
Sob o tecto escurecido
Desta noite sem gemido.
Oh! Querida ave agoirenta
Que toda a gente afugenta,
Como quero que me cantes
Melodias de presságio…
Que me avises do amanhã
Num assustador adágio.
Que na madrugada pouses
Numa ramagem qualquer,
Para escutar os horrores
Do que vai acontecer.
Queria tanto escutar-te!
Ah! Queria tanto, mas…
Porque céus fazes teu vôo,
Bela exibes tuas asas?
A que humanos tu entregas
Aquebrantados avisos?
Não há novas para mim?
O azar já não me ama mais?
Diz-me lá noite vazia!
Porque nada me recita
A minha doce coruja?
André Rodrigues 2/6/2015