Mãos Descarnadas
Mãos Descarnadas
Estas mãos de tempos virtuosos
De toque aveludado e cheio de luxúria
De encantadores versos voluptuosos
Preenchendo corações de calorosa euforia
Mãos que fazia tremer ao tocar
Delineavam corpos em pleno torpor
Traçavam doces rimas a declamar
Protagonizavam intensas historias de amor
Hoje mãos mórbidas e descarnadas
Trêmulas, impossibilitadas de versejar
Sem o suave toque, mãos enrugadas
Calos e ossos não poderão vos encantar
Assim fraquejam estas mãos poéticas
Que desbravaram almas mundo afora
Impiedosa ampulheta soa tão profética
Mãos descarnadas jazem a luz de outrora
Eduardo Benetti