O DESERTO DE MIM
No meu deserto interior,
Pés descalços sentir dor,
Seguir determinada, ensanguentada,
Tentei uma parada, melhor seguir caminhada,
Estonteada, atordoada desencantada,
Por um milagre vejo um oásis,
Sedenta e alucinada, era miragem,
Fôlego apertado, nó na garganta,
De desertos em desertos me perdi,
Alcancei um oásis transitório,
Esqueci o repertório, sem melodia,
Cantarolei, até gritei desentoada,
Deserto interior, seca alma,
Esgotei a fonte da esperança,
A sede era tanta que bebi a última gota,
Sede de vida, medo das despedidas,
A revelia, dia a dia atravesso meu deserto,
Minha rebeldia a céu aberto,
Energiza minha meninice eufórica,
Por certo me fortalece e estabelece,
Buscando a fonte perdida, tenho sede de alegria,
Do amor que contagia, sinfonia que acalma a alma.