Solstícios

Quando a vida perde o sentido,

Perde-se o sentido das cores

Perde-se a beleza das flores

E indaga-se: que cor tem as flores,

Quando se perde o seu sentido?

Quando a vida perde o sentido,

Não existem odores, sabores, amores,

Aos poucos tudo é cinzento, em vários tons, sem sabores,

De repente, é tudo preto, ou branco,

E não existe mais tonalidade nas dores.

Quando a vida perde o sentido,

Não existem sorrisos, sentidos, apenas atores,

A vida torna-se um drama, uma tragédia em um só ato

Uma sinfonia de uma nota, um silencio em sí bemol,

E vive-se como se não houvesse fim.

Quando a vida perde o sentido,

Não se rema contra a maré, não se debate, nem se defende,

Deixa-se levar pela corrente, segue-se em frente,

Simplesmente por saber que findará num oceano,

E esse sim, será realmente sem fim.