Dia Azul
Uma tarde escura,
o Sol já se apagou,
sua tirania se foi a loucura
quando a morte de Deus brilhou.
É o reinado das trevas,
minha luz não tem poder.
Dia escuro como este
não há onde se esconder.
Nos olhos carrego a recompensa
de viver num labirinto de espelho.
Na cabeça uma confusão imensa,
no peito um coágulo vermelho.
Vejo meus pensamentos na corrente
da loucura, da demência, da mentira.
Mas não vejo o que vem à frente,
um mistério, uma silhueta na neblina.
Gostaria de pedir a quem pudesse,
olhar as nuvens, gritar pra que ouvisse;
Já desisti de acreditar na utopia, que ajudaria
se alguém realmente se importasse.
Foi nos braços daquela que morreu
o amor a tudo que sentia.
Bom, se servisse de consolo meu
se ali não fosse eu mesmo quem morria.
Que triste são meus últimos dias,
qual faço festa com um amigo nu,
tão bem o conhecia, hoje mal o sou.
Que triste dia, que dia azul.