DEZOITO DE NOVEMBRO DE DOIS MIL QUATRO
Dezoito de novembro de dois mil e quatro
Marcos Olavo
A parede chora vermelha,
Por perder o amor, a esperança caçada,
O rápido encontro, que nunca é como novelas...
E nem como filmes, escondidos de paixões reais.
A luz vermelha invade numa escuridão total,
Ensinando sobre olhos famintos,
Olhos perdidos no tempo.
Chove no pequeno quintal,
No meu quarto, dando tapas em minha cara,
Quebrando meu respeito,
Infestado de pragas doentias.
Tento fugir dessa prisão de dor,
Tendo armadilhas em meu caminho,
Sendo montadas pelas almas perdidas.
Caio no perdão alegre,
Embora seja impossível,
Tudo que sonhei um dia,
Pois fui audacioso,
Fui crítico de mim mesmo.
Queimo camisas inúmeras vezes,
Marcando tempo de pesadelos,
Riscando meu medo, meu fio,
Meu sombrio destino.
Porque vejo o quarto diminuir,
Molhando tudo ao redor,
Levando lixo vomitado,
Pela boca de chuvas.
E, decido voltar à praia,
Olhando para o futuro monstruoso,
Que não existirá em meu olhar plantado,
Porque já se apagou como borracha na vida.
Reflito, imaginando que tudo eram pesadelos,
Frustração mascarada do meu amor,
Criadas pelos meus pobres sonhos...
De um atrevido sonhador.
Então, ofereço minha cara para bater,
Vendo verdades doidas,
Pegando nos braços da saudade,
Em hora de falha, em hora falida,
Em momentos, erros grosseiros.
Saiba, eu te faço nesse dia,
Toda minha alegria, no relógio cantante,
Na parede de meu quarto pequeno,
Que jorram lamentações...
Porque ouve o badalar, o sorridente de uma igreja.