Quando na terra a noite se levanta
Quando na terra a noite se levanta
E os ventos frios varrem vastidões,
Nos cemitérios um cadáver canta
A funda nênia das putrefações.
O canto escorre triste e sempre em vão
Na inexistência dos seus mudos ais...
E os mortos choram sob o vasto chão
– Comendo terra –, em seus lençóis finais.
A terra é vasta e arrasta os seres vivos,
Abraça e encerra nossas sacras flores;
Seu mundo, negro, amarra-nos motivos;
Seu nada, infindo, inunda-nos de horrores.