O Perdão
Na noite de sábado e na manhã de domingo sucumbi em ruínas.
Dancei sobre meu cadáver em decomposição e estive com minha alma embriagada.
Não pensei pois já não tinha cérebro e o próximo instante foi o meu findar.
Dançar, dançar, eu dancei e cavei o que me mataria.
Beijei a boca de quem não devia e beijei até quem não conhecia;
Mas quem beijou-me teve apenas minha boca por poucos segundos, pois meu coração pertencia a quem até hoje ainda não me perdoou por dar meu beijo alguém que não era ele.
E sucumbo em lágrimas amargas.
Pelo instante em que na dança dei meu beijo a alguém.
Arrependo-me amargamente, não apenas pelo beijo, mas por beijar sem vontade e forçar minha alma a embriagar-se no álcool e perder toda poesia.
Deixei ele escapar no beijo que não neguei a dar e chorei.
Imploro seu perdão e faço-me ridículo, mas não sou. Seria eu ridículo se isso não fizesse.
Não exijo um perdão pelo beijo que dei, nem ao menos exijo um perdão.
Meu coração que está entre a dor e ansiedade do amor que sinto e do erro que cometi.
Todos erramos e poucos amamos.
Eu sou o que amo; e sou ridículo por amar; seria ainda mais ridículo se não amasse.
Perdão.