O Perdão

Na noite de sábado e na manhã de domingo sucumbi em ruínas.

Dancei sobre meu cadáver em decomposição e estive com minha alma embriagada.

Não pensei pois já não tinha cérebro e o próximo instante foi o meu findar.

Dançar, dançar, eu dancei e cavei o que me mataria.

Beijei a boca de quem não devia e beijei até quem não conhecia;

Mas quem beijou-me teve apenas minha boca por poucos segundos, pois meu coração pertencia a quem até hoje ainda não me perdoou por dar meu beijo alguém que não era ele.

E sucumbo em lágrimas amargas.

Pelo instante em que na dança dei meu beijo a alguém.

Arrependo-me amargamente, não apenas pelo beijo, mas por beijar sem vontade e forçar minha alma a embriagar-se no álcool e perder toda poesia.

Deixei ele escapar no beijo que não neguei a dar e chorei.

Imploro seu perdão e faço-me ridículo, mas não sou. Seria eu ridículo se isso não fizesse.

Não exijo um perdão pelo beijo que dei, nem ao menos exijo um perdão.

Meu coração que está entre a dor e ansiedade do amor que sinto e do erro que cometi.

Todos erramos e poucos amamos.

Eu sou o que amo; e sou ridículo por amar; seria ainda mais ridículo se não amasse.

Perdão.

David Alex
Enviado por David Alex em 26/04/2015
Código do texto: T5221030
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