O ADEUS DE UM POETA!
Nas malhas que o destino tece
Nas grutas de pensamentos solapados
Nas cavernas de sentimentos intrépidos
Nas agruras da alma atravancada
Nos limbos pesados de um temporal
Meus olhos se perdem na escuridão
Mesmo sem saber qual o rumo de volta
Buscou um lugar nesta terrível imensidão
Nas nuvens negras de meus pensamentos
Na voz perdida de meu soluço esquecido
Nas perdidas noites de procuras em vão
Deixo aqui minha última despedida
Deixo aqui minha última oração
Estou indo embora deste mundo de engano
Deste mundo feito apenas de decepção
Se por mim ninguém chorar um dia
É por que eu não fiz falta a esta pobre geração
Aqui deixo meus tristes poemas a todos
Deixo também meus versos cantados
Sei que não foram dentre os mais ouvidos
Nem também os melhores rimados
Mas gostaria de deixar também
Minha derradeira solicitação
Que se alguém perguntar a meu respeito
Diga que fui um mero sujeito
Que nem se quer tinha qualquer pretenção
Apenas viveu nesta nefasta sociedade
Tentando ser uma pessoa normal
Mas que devido a tantas futilidades
Não passou de um sonhador, jogral
Mas que no fundo de todos os seus sonhos
Viveu sorrindo cantando como um jovial
Levando a vida como ela sempre queria
Tentando levar um pouco de sua alegria
A quem não tinha direito á felicidade.