Bifurcação

Depois de tudo, ainda queria um pouco. Uma chance de tentar, de retirar a culpa pelo fracasso. Enquanto minha mente dizia não, ouvi meu coração. E voltei a pisar numa estrada que jurei não mais pisar. Para apenas ferir-me novamente. Os espinhos de antes permanecem lá, as pedras exatamente no mesmo lugar. As mesmas raízes expostas interpondo o caminho dos passantes. O mesmo sol escaldante e a solidão ainda são as únicas companhias neste caminho. E chego àquela encruzilhada, a mesma de antes. Àquela que, por duas vezes, escolhi o caminho errado. Àquela que me fez chorar amargamente. Mas dessa vez, é diferente. Eu sei o caminho a se tomar. Sei a escolha certa a se fazer. Sigo em paz meu caminhar, sem a tua companhia agora. Bifurcam-se nossas estradas. Segue a tua. Que eu vou aqui andando devagar até chegar. 

Milene Gomes
Enviado por Milene Gomes em 19/04/2015
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