postulado de um mendigo
Eu vi-a!
Vi a lágrima desatar-se do olho
Saciado de fome.
Vi-a aterrar como adeus de folha
Tombando morta
Ainda a vi-lhe arrancar a alma
E em plena cariz do crepúsculo,
Caíra carregada de medos, abastada
De segredos do que um dia se vira.
Eu vi a boca seca verter desejos sobre
O roto papel que o mendigo escrevia
Assim dilacerava-se pois, saliva do
Esfomeado será sempre um dilúvio.