Ingenuidade

Minha cabeça anda presa

Os pensamentos se amarraram

Esse nó cego, tão bem entrelaçado

Não me deixa pensar além

Não me deixa confiar em ninguém

Todo ser é meu futuro desafeto

Tudo que brilha, cega e fere

E os pensamentos permanecem se debatendo

Fazendo pressão no imaginário

Corpo que não reage, mundo perdido

Solitário, otário, esquecido

Amor próprio e o ódio ao tal amor

Propriedade abandonada

Criando vegetais em seu telhado

Logo logo vai desabar

O escombros, pedaços de um passado

Irreconstrutíveis, cabeça doente

Muito doente, e nada mais

Sem remédio, sem confiança

Tudo é ingenuidade, a verdade

E mais ainda, a esperança