Inverno Negro
Tenho meus dias.
Tenho meu brio.
Tudo tão claro
Como meu breu.
O caminho já está desenhado,
Só posso mudar o meu andar.
Fugir de toda lógica,
Reinventar
Meus passos no escuro
E esperar
Que o chão não me engula.
(Saber saltar).
Já não me juro
Ser uma pessoa
De sentimentos puros –
Me proponho ser justo...
(Tantas vezes a justiça é suja).
Ser quem jamais fui.
Espontâneo impulso,
Atitude que flui.
O sistema empenha coação,
Sutileza impressa em cada um.
O pulso pulsa com pressão,
Quero jorrar minha vida
Mas me falta coração.
(Me foi roubado).
Está em desuso meu amor.
Ultrapassado, arcaico.
O frio do inverno se sente tão incapaz
Perante mim.
Sinto sua dor.