PRANTO
PRANTO QUE ROLA CALADO
DEIXANDO MEU ROSTO MARCADO
POR UM CAMINHO TRAÇADO
QUE PARECE NÃO TER MAIS FIM.
PRANTO QUE ROLA DOÍDO
QUANDO CHORO ESCONDIDO
POR MOTIVOS QUE PODEM SER BANIDOS
MAS NÃO BANIDOS POR MIM.
PRANTO AS VEZES ATÉ SEM RAZÃO
MAS QUE DILACERA O CORAÇÃO
ASSIM COMO UMA EXPLOSÃO
QUE O MUNDO DESABOU.
PRANTO QUE JÁ ROLOU E ROLA
E QUE SOMENTE A SOLIDÃO O CONSOLA
E QUANDO SURGIU UM RESQUÍCIO DE OPORTUNIDADE
DE EXISTIR FELICIDADE
ESSA OPORTUNIDADE SE EVADIU
E APENAS O PRANTO FICOU.
ENTÃO, ROLA PRANTO DOÍDO
QUE DEPOIS DE CHORAR ESCONDIDO
FINJO QUE FOSTE SUCUMBIDO
ASSIM COMO FINJO SORRIR
E SE NÃO VAIS MESMO EMBORA
POR MIM, ROLA, ROLA E ROLA
E QUANDO NÃO QUISER MAIS CAIR
PERMITA QUE EU FINJA PRA MIM
QUE SEMPRE FUI MUITO FELIZ.
POEMA COMPOSTO EM 23 DE JULHO DE 1993.