Só é feliz quem fala Alemão!

Estou tão triste,

Não vejo mais o horizonte,

Estou doente de melancolia,

Abrir os olhos e não ver a luz,

As sombras do meu quarto estão vivas,

Amparo minha cabeça nas mãos,

Parece que nada mais faz sentido,

Eu queria tanto um abraço de Deus,

O sol queimou minhas rosas,

A lua fez viver minhas lágrimas,

Desejo dormir,

E viver na terra dos desencontrados,

Não tenho mais prazer em músicas,

Não tenho mais prazer em namoradas,

Pra falar sincero nunca tive uma,

A tristeza corroeu minha boca,

A melancolia amputou minhas pernas,

Estou cego,

Meu Deus, estou angustiado,

Tudo em mim dói, e carinhos me faltam,

Se eu soubesse voar,

Iria pra bem longe,

Distante dos prantos do viver,

Minhas lágrimas queimam minha face,

Me faltar oxigênio,

Estou respirando a fumaça da rejeição,

Como é possível ela ser tão bela?

Sinto uma dor de cabeça,

Minhas mãos tremem,

Meus dedos apodrecem,

Meus órgãos agonizam,

E o céu é de uma cor dourada,

Meus lábios estão rachados,

Ó minha mãe sou um filho ingrato,

A vida ensina,

Que nem sempre as coisas saem,

Do jeito que esperamos que ela seja,

Tudo é tão monótono,

Mas as crianças ainda brincam,

Quero te dizer que existe esperança,

Esperança na justiça das flores,

Um perfume acordou minha alma,

E o meu espirito vai amanhã pra psicóloga,

Contar seus dilemas,

Seus medos,

Suas lágrimas,

Perdão meu amigo, mas, lute pra ser feliz,

O amor é o reflexo dos sozinhos,

Eu te dou meu fígado e pedaços da minha alma,

Eu corto metade dos meus rins,

E sirvo-te com taça virgem meu sangue,

Eu não sou mais aquilo que eu pensava ser,

Sou uma peça de teatro rejeitada pelos cães,

Sou uma infâmia,

Uma virgula torta,

Um acento embriagado,

A morte não é o fim,

Mas a melancolia sempre decreta uma eternidade,

Mãe seu filho nasceu no mês errado,

Tenho ânsia de vômito,

Tenho angustias nos cabelos,

Só é feliz quem fala Alemão,

Meus lábios dizem eu te amo,

E minha boca sussurra um silêncio mórbido,

Sei que é sofrível olhar no espelho,

E sentir que tudo não é mais que uma maldita brincadeira,

Meus dentes caíram,

Minha pele ficou cadavérica,

Meus pés estão cheios de espinhos,

E meus cabelos sujos de areia,

Perdão mas é hora de reagir,

Acorda, acorda, acorda,

A vida passa, mas, nunca encarnamos feitos uns desesperados,

Minhas unhas arraiam tecidos esquecidos,

Meus ouvidos ouvem cantos de morcegos,

Meu terceiro olho contempla as desgraças,

O mundo fica cada vez mais mesquinho,

E o egoísmo ensina as crianças,

Estou com sede dela,

Minha cabeça está tonta,

E meu falar é de coisas fúteis,

Nesta vida quem se acha um fracassado,

Jamais irá encontrar quem diga o contrário de tudo isso,

Tristeza bela dama que visita os românticos,

E faz amor com os poetas,

E gera os filhos dos condenados,

Tristeza tu que me conheces,

É inevitável andar pelas ruas e não ser percebido,

Solidão machuca muito,

E matar um ser humano é um pecado imperdoável,

Morrer aos vinte e sete anos não é maldição,

Mas viver até os trinta e cinco anos é algo horrendo,

Só é feliz quem fala Alemão,

E se casa com uma Italiana, filha de Holandeses neta de uma avó Croata,

A tristeza enrijeceu minha juntas,

Eu vou morrer de paixões ocultas,

Me ajuda meu velho livro de autoajuda,

Estou me sentido fraco, é como se fosse água correndo por minhas veias,

Deus eu estou doente! E minha face está cansada,

Sou um bufão de sorrisos fingidos,

Um bobo a espera de esmolas de atenção,

Deus me ajuda, me ajuda,

Caminho por curvas íngremes,

E fui atropelado pelas ansiedades,

Estou nu e sinto muito calor,

Eu queria tanto abraçar Deus,

E pra sempre ouvi-lo guardado em sua proteção,

Pareço um menino velho e um jovem velho,

Perdão vida a verdade será sempre imortal.

Francesco Acácio
Enviado por Francesco Acácio em 06/04/2015
Reeditado em 01/02/2022
Código do texto: T5196911
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