Solidão
Solidão
São de ventanias que vêm tuas saudades
a destroçar o meu peito...
Nuvens se aglomeram
e enchem os meus olhos d'água...
Nas inquietantes madrugadas
o meu soluçar
é de indizível dor,
e em mim, por todos os cantos,
nascem as tempestades...
É um surto a cada segundo;
transbordo em insobriedade...
Se se acinzenta o meu mundo
a minha paz se afugenta...
prum vale estreito e profundo,
só c'o ar de melancolia...
No relógio traiçoeiro,
moroso é o tempo a remar...
E nesse tempestuoso mar
só tenho por companhia,
até que me raie o dia,
uma pedra - o meu travesseiro,
a me ancorar na agonia
e, a lento, me torturar...
28/03/2015