LEVE
Querida, leve
Pode levar...
Ela, a minha pele
Que em tantas vezes
Tu fizestes suar.
Leve minhas cordas vocais
À que propôs um pedido...
Leve também...
Meu ouvido
Que de ti ouviu cada gemido
E hoje sem aquele som lirico,
Sofre punido.
Leve...
Meu estomago
O que sentia
Ondas glaciais
Quando via,
Seu barco, encontrando
Com meu cais.
Leve...
Meus pulmões
Que com suas ações
Tinhas as reações
de faltar,
O ar.
Leve, meu cérebro
Que nas noites prateadas,
Nele, tu fizestes
Uma abstrata morada.
Meus olhos querida...
Leve-os também,
Pois a vista esta perdida
Procurando um porém...
Leve
Meu figado...
Que agora,
Se afoga embriagado
Nas empoeiradas cenas
de outrora...
E ele...meu coração
Que paraste...
Na dia em tu
Pra mim, o entregaste.
Com uma
Fatal exclamação.