DESESPERO

Quem dera pudesse eu

esquecer as doses de amarguras

servidas friamente pela vida

em taças de desespero

causando-me dor atroz

Levantar deste chão de sofrimento

em que meu corpo descansa

as suas amargas feridas

sendo seu próprio algoz

Quem dera pudesse eu

afastar este meu cálice

e não mais me embriagar

nesta dor que me consome

estampada em minha face

Perdi toda a esperança

de acordar deste pesadelo

que parece não ter fim

E, numa prece que eu já não creio

ergo os olhos ao céu e rogo

Pai, tenha piedade de mim

Célia Jardim

Célia Jardim
Enviado por Célia Jardim em 08/06/2007
Reeditado em 07/12/2007
Código do texto: T518150
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