Janelas Vazias

Sob a luz da distante e solitária lua

Um candeeiro de esquina queimava,

Iluminando a desgraça de uma rua

Onde um pobre homem a uma janela olhava,

Que agradeceu aos céus pela gélida chuva

Pois ela escondeu que aquele bruto chorava.

E naquela noite não houve luz mais brilhante

Que a dos olhos de quem amou até o fim e em diante.

Já havia muito que um cigarro ele não acendia

Mas não foi deste vício que a vida o privou,

Pois quando a noite tem mais cor que o dia

E a fumaça da guerra a vida tragou,

Um novo tempo surge da chama vencida

A homens deixados por quem de manhã não acordou.

E o fogo de cada dor seu último cigarro acendeu

Pois ao ver sua amada as cinzas matarem, sua vida morreu.

Daniel Reis
Enviado por Daniel Reis em 20/03/2015
Reeditado em 13/04/2015
Código do texto: T5176844
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