DESERTO
Eu penetrei nos confins da noite dentro do deserto
Que há dentro de mim mesmo
Senti todas as dores da humanidade de perto
Olhando para dentro afastando meus sentimentos
Eu penetrei na minha pupila negra
Olhando com foco para meu olho no espelho
Senti tudo ao meu redor, ganhos e perdas
Agora me sinto tão sozinho com medo
Olho a vida de outra forma
Penso que o que há na rua é uma mera ilusão
Pra mim não tem o depois e é só o agora
Talvez seja por isso que eu esteja trancado na minha solidão
O sangue que corre nas minhas veias
Parece ser tão impuro
Acho que o destino me pegou com sua teia
Me fez criar dentro de mim um novo mundo
Não encontro a felicidade
Que eu tanto procuro desde sempre
Em lugar algum dessa minha cidade
Eu me sinto tão excluído, tão diferente
As vezes me sinto um peixe pego por uma rede
Querendo a liberdade e só
Mas tudo parece tão deprimente