DESERTO

Eu penetrei nos confins da noite dentro do deserto

Que há dentro de mim mesmo

Senti todas as dores da humanidade de perto

Olhando para dentro afastando meus sentimentos

Eu penetrei na minha pupila negra

Olhando com foco para meu olho no espelho

Senti tudo ao meu redor, ganhos e perdas

Agora me sinto tão sozinho com medo

Olho a vida de outra forma

Penso que o que há na rua é uma mera ilusão

Pra mim não tem o depois e é só o agora

Talvez seja por isso que eu esteja trancado na minha solidão

O sangue que corre nas minhas veias

Parece ser tão impuro

Acho que o destino me pegou com sua teia

Me fez criar dentro de mim um novo mundo

Não encontro a felicidade

Que eu tanto procuro desde sempre

Em lugar algum dessa minha cidade

Eu me sinto tão excluído, tão diferente

As vezes me sinto um peixe pego por uma rede

Querendo a liberdade e só

Mas tudo parece tão deprimente

Mauricio Rocha
Enviado por Mauricio Rocha em 20/03/2015
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