Vazio

Não consigo sequer escrever uma poesia.
Hoje estou vazio como uma sacola vazia.
Vazia de ar. Vazia de ânsia. Vazia.
(Não consigo sequer escrever uma poesia...)
Olho para as paredes e as paredes provocam em mim choro.
Então eu choro. Choro por um tempo indeterminado.
Como se minha alma se banhasse de luz do sol
Eu avivo os olhares da minha vida de madraço nobre
E fico bem por alguns minutos... Me sento no pequeno banco
Tento escrever algo, nada me sai. Ai!
Sou um verbo intransitivo à função de meu incentivo
Mas hoje não é mesmo o meu dia! Sai!
Não sou invencível... Não sou combustível. Sou a invasão
Daquilo que de mim surge.
Ninguém grulhando na sala da casa.
Nunca mais a gula do domingo
Hoje me sinto vazio como uma sacola vazia; amarrada.
Com apenas o ar dentro. Ar vazio. Ar de tormento.
Olho para mim mesmo
Hoje o meu divertimento dissipável não se dissipou.
Minha síndrome do desculpável também não se desculpou...
Hoje o meu dia não me deu um bom dia.
Descabelado, me senti desclassificado
Sem nunca ter me classificado.
Não vi uma descoberta em mim. Somente o olhar conversável
Com o qual eu levei todo o meu dia.
Hoje não! Nada... Num nada, não!...
Como se a cor fosse uma só.
Como se não me habitasse a controvérsia.
Holofote Cerebral
Enviado por Holofote Cerebral em 19/03/2015
Reeditado em 29/04/2015
Código do texto: T5175845
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