Dos passos que não existiram.
Sempre estive por onde teu passo não ía.
Não chegava nem partia.
Meus passos eram solidão.
E de toda a estrada, vazia.
Sempre persegui um tempo morto.
Que pássaros não voavam.
Nem onde havia vida. Nem onde havia nada.
Era onde tinha que estar.
Andei por onde suas promessas me levaram.
Daqueles sonhos, a crueldade...
Caminhei por onde o vento soprava só.
E riscava, na escuridão, nome teu.
Mas não volto atrás.
Com olhares nem sons.
Meus passos continuam sós.
Seu canto ainda é teu.
Sempre fui sem ter onde chegar.
E corria como quem quer alcançar.
Tampouco percebi o lugar.
De todos os estragos, este foi mais.
Corria em vão por onde os vãos não cabiam.
E sustentavam o ar com palavras mortas.
Tão mortas como apenas você sabia.