Divã

Já não sei o que sinto agora,

Têm fragmentos meus perdidos por ai,

Já não tenho a certeza que me cabia,

Já não vejo os caminhos que devo seguir.

Tantas de mim pelo mundo a fora,

Tantas dores que me fazer sorrir,

Tanta beleza na lágrima que rola,

Tanto é o desespero que me faz existir.

Já não vejo mais nada, eu acho,

Já não sei quando é a hora de partir

Costuro as dores nos lábios, me rasgo.

Na esperança de me coagir.

Não há medo, não sobra espaço.

A dor é tudo que tenho,

Guardo olhares em meu retrato,

E o que resta deles, empenho.

Eu me cansei de ser forte, por hoje...

E me cansei de esperar o amanhã

Das palavras e dos rumores,

Dos meus versos e do meu divã.

Junto as sobras da minha pele sofrida

Emendo e pinto... E rio e sinto...

E me guardo em uma guarida.

E pulo e me grito, se me vejo sã.

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O cansaço de ser forte

Tem sido em ti recorrente

E se tens medo patente

Chegou a hora do corte

Não basta, em si, a cartarse

O mergulho no profundo

De tua trilha no mundo

No passado é mergulhar-se

Estarás enfim segura

Sem oscilações de humores

D'alegria ou amargores

No limite do aceitável

No deleite dos amores

Teu viver na vida estável.

Alfredo D Alencar

Rejane Alves
Enviado por Rejane Alves em 14/03/2015
Reeditado em 17/03/2015
Código do texto: T5169779
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