Dos dias tristes

Inutilmente tento abafar o choro

Em busca da cura dessa cólera sentimental

Que não possui culpados,

A culpa nem mesmo é minha...

Que só existe vítima,

A vítima disso sou eu...

Esse mesmo eu que se desvanece numa dor cortante

Como uma faca afiada por horas

Que se julga merecer o carinho e a afeição

Sublimemente remetida à aurora de cores sutis.

Entrelaço-me, continuadamente, nesse sofrimento

por querer e não querer me esvair com a dor

Semelhante às aguas caudalosas de um rio incolor

Essa tristeza intermitente me serve,

como arcabouço para as efêmeras emoções

Por isso prefiro guardar o motivo da melancolia

E aproveitar os interstícios do amor e da dor.