EM COMPANHIA DA DOR

Dê espaço à minha alegria, Dor.

Ela precisa sentir o gosto inerente da vida que passa,

A sua voz latente que arde no peito e cala.

Dê-lhe essa chance, por favor...

As luas já mudaram de fase,

E a minha face ainda é pálida e fria.

Não há janelas em meus olhos que disfarce,

A dor na alma nua e crua, repudia.

Eu sei... As meninas dos meus olhos ainda sorriem.

São elas que me sonham, que me iludem.

E ao despertar da noite é que vejo o dia,

nascido das possibilidades que recrio.

Sorria você também, Dor.

Meu peito já não cabe essa agonia,

De querer calor e só sentir frio,

De entristecer nos braços da alegria.

Gilquele Araújo
Enviado por Gilquele Araújo em 11/03/2015
Reeditado em 18/04/2015
Código do texto: T5166238
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